terça-feira, 29 de setembro de 2009

ESTILOS DE DECORAÇÃO

Ao longo da História surgiram vários estilos de decoração, com características e finalidades sócio-culturais diferentes, muitos deles contemporâneos, mas usados em regiões diferentes:

Adam – Este estilo decorativo, criado pelos irmãos Adam (1728-1792), na Inglaterra, é menos sóbrio do que o Neoclássico e mais parecido com o Rococó, inspirado nas decorações pompeianas e no palácio de Diocleciano. Utiliza novas cores, detalhes suaves e um mobiliário com estrutura elegante e simples, dotado de dimensões equilibradas.

Art Dêco – Caracterizado por uma redução da expressão e uma completa renovação de valores estéticos, suas linhas são aerodinâmicas, com formas geométricas e cores vivas. Numa simplicidade linear, valoriza o acabamento e o equilíbrio. Este estilo, que surgiu no período entre as duas Grandes Guerras (1918-1939), foi contemporâneo do arquiteto Le Corbusier e da escola Bauhaus.

Art Nouveau – Tem como fontes principais o movimento Arts and Crafts, que rejeita o sistema acadêmico, e a admiração pela arte japonesa, de linhas econômicas e elegantes. Art Nouveau é o nome pelo qual o modernismo se consagrou na França, na virada do século XIX. O estilo possui linhas ondulantes, singelas, geométricas e estiliza os temas da natureza. Faz parte de suas metas acabar com a distinção entre pintura, pertencente às Belas Artes, e decoração (Artes Aplicadas).

Arts and Crafts (Artes e Ofícios) – Liderado pelo designer Willian Morris na segunda metade do século XIX, este estilo representou um novo enfoque nas artes decorativas, que passaram a aparecer com conotações humanísticas e sociais. Utilizando os avanços da indústria, deixou a marca de artistas e artesãos em móveis e objetos.

Barroco – Com ar pomposo e abundância de detalhes, o Barroco, que nasceu na Itália no fim do século XVI e vigorou até meados do século XVIII, conquistou toda a Europa. Representou uma ruptura dos padrões clássicos, afirmação da Igreja frente à reforma protestante e uma busca entre os valores espirituais e materiais. As curvas são acentuadas, predominam a exuberância, assimetria, dramaticidade e contraste. Há um forte apelo emocional.

Bauhaus – A mais importante escola de desenho industrial, cuja concepção pioneira marcou o século XX. Criada em 1919, na Alemanha, herdou os conceitos do funcionalismo, que colocava de lado a beleza, a serviço da praticidade. Este estilo possuía formas simples e geométricas, conseqüentes da associação da marca pessoal à produção industrial em série.

Biedermeier – Este nome vem de um personagem fictício de Ludwig Eichrodt, inventado com a intenção de fazer uma caricatura da vulgaridade, da presunção e do puritanismo da burguesia alemã do começo do século XIX. Tal nome passou de ridículo a símbolo de uma época. O estilo que marcou principalmente o mobiliário – simples, sólido e confortável –, fez conviverem detalhes neoclássicos e do Império (com motivos barrocos).

Clássico – Estilo do período greco-romano, marcado por traços simples e austeros. O Clássico une móveis de design antigo a materiais contemporâneos, sempre atuais.

Clean (Limpo) – Como um dos subitens da decoração contemporânea, o estilo Clean deixa de lado detalhes desnecessários, sempre valorizando a simplicidade.

Colonial – Nome através do qual o Barroco Europeu ficou conhecido no Brasil, na época em que este era uma colônia de Portugal.

Eclético – É marcado por uma livre mistura de estilos, buscando equilíbrio e harmonia ou caminhando para a falta de unidade. Atualmente, é dado a ele o nome de Pós-Moderno.

Funcionalismo – Este estilo surgiu no início do século XX, devido às rápidas transformações industriais e à preocupação de conciliar a estética à funcionalidade. A partir da década de 70, passou a ser sinônimo de múltiplo uso.

Gótico – Nascido na França, entre os séculos XII e XV, este estilo enfatiza a verticalidade, a espiritualidade e a figura da Virgem Maria. Seus temas são retirados do Antigo e do Novo Testamento. A primeira catedral gótica foi Notre-Dame, em Paris.

Gustaviano – Este estilo é equivalente ao Neoclássico, do Rei Gustavo III. É a adaptação da moda da época para a menos luxuosa Suécia. Os tecidos têm estampas xadrezes ou listradas, nas cores azul, cinza e rosa, substituindo o mármore por pinturas especiais.

High Tech (Alta Tecnologia) – A decoração High Tech usa elementos decorativos de valor diferente daquele a que originalmente se destinavam. A borracha, o plástico, o vinil e o aço são materiais usados, em substituição às sedas, à madeira e ao mármore.

Império – Nascido na França do início do século XIX, este estilo é fundamentado nas preferências do então imperador Napoleão. Enfatiza a grandeza, com móveis pesados, desenhos de abelhas, águias, vitórias aladas e a inicial “N” inserida numa coroa de louros.

Kitsch – Trata-se da valorização do convencional, do fora de moda, do muito enfeitado, do resgate de peças largamente utilizadas – como o pingüim de geladeira, os bibelôs, as imitações de quadros e de mármores. Na verdade o Kitsch não é um estilo, é a ausência dele, um fenômeno típico da sociedade de consumo. Tudo que é kitsch passa uma forte conotação brega, dependendo do olhar.

Luís XIV – Estilo que vigorou durante o reinado de Luís XIV, o Rei Sol, entre 1661 e 1715. Neste período, predominaram as formas carregadas e as cores sóbrias. Mas, com este estilo, a simplicidade clássica e a leveza vão pouco a pouco superando o luxo e a simetria rígida.

Luís XV – Esta foi a versão do estilo Rococó na França, durante o reinado de Luís XV (1710 a 1774). Suas características são os pés altos, pernas arredondadas, com aplicações sinuosas, detalhes de flores no madeiramento, entre outros.

Luís XVI – Entre 1774 e 1792, durante o reinado de Luís XVI, a decoração adotou linhas fortes e geométricas, com economia de detalhes. As pernas dos móveis são retilíneas, afinadas na parte inferior e com ranhuras.

Moderno – Mais conhecido como Art Nouveau ou Liberty, este estilo surgiu em 1880 e marcou época com seu rebuscamento e valorização do trabalho artesanal. Seu apogeu foi em 1890 e sua decadência, durante a Primeira Guerra Mundial.

Neoclássico – Este estilo se desenvolveu a partir de 1750, como reação aos excessos do Barroco e do Rococó, resgatando as formas da Antigüidade Clássica. Na arquitetura, há uma busca pela racionalidade, com formas geométricas e simples. Surgem os móveis com colunas, ranhuras, desenhos de folhas e liras.

Pós-Moderno – Nascido no século XX, este estilo questiona e reinterpreta os demais. Não valoriza os modelos Clássico e Funcional, mas a fusão deles.

Regência – Estilo que predominou na França entre 1715 e 1724. Nesta época, a decoração foi uma transição entre o Barroco e o Luís XV.

Rococó – Existe uma discussão sobre este estilo, pois alguns estudiosos acreditam que ele foi uma continuação do Barroco, enquanto outros defendem que ele surgiu como reação aos excessos do Barroco. Sua principal característica é que ele mantém as curvas do Barroco, mas sem seus rebuscamentos.

Shaker – Este estilo segue os padrões rígidos dos protestantes calvinistas dos Estados Unidos. As linhas são retas e sem ornamentos.

Vitoriano – Característico do império da rainha Vitória, na Inglaterra, entre 1837 e 1901, este estilo misturou elementos góticos com o Luís XIV. Adotou uma ampla variedade de materiais. Era uma forma da classe média emergente mostrar sua riqueza e estabilidade, ganhando respeitabilidade.