sábado, 19 de setembro de 2009

Patativa do Assaré e Fagner: Poesia e Canção.

Neste blog será postado todos os dias movimentos e artistas que tiveram e ainda tem destaque na nossa terra do sol : CEARÁ!!

Movimentos, música, poesia, escultura, pintura, arquitetura, teatro, literatura, design e tudo considerado arte por esta humilde criatura que vos escreve...
Para iniciar com chave de ouro vamos falar de pessoas que lançaram suas palavras em alto mar: Patativa do Assaré e Fagner.

PATATIVA DO ASSARÉ

Patativa, pássaro de canto enternecedor que habita as caatingas e matas do nordeste brasileiro, batizaram poeta Antonio Gonçalves da Silva, conhecido em todo o Brasil como Patativa do Assaré, referência ao município em que nasceu. Analfabeto "sem saber as letras onde mora", sua projeção em todo país se iniciou na década de 50, a partir da regravação de "Triste partida", toada de retirante gravada por Luiz Gonzaga.


Filho de agricultores, patativa nasceu no dia 09/03/1909 . Criado na serra de Santana, cidade próxima a Assaré, seu pai morrera quando ele tinha apenas 8 anos deixando apenas a enxada para os filhos.

A sua vocação de poeta iniciou cedo. Aos 5 anos de idade já começava os primeiros versos, nesta mesma infância , entre os primeiros versos, Patativa também desenvolveu um "mal dos'oi" que lhe retirou a visão do olho direito.

Sua poesia sempre serviu de aliada contra as injustiças sociais que se desencadeavam ao povo nordestino, principalmente as condições climáticas e políticas desfavoráveis, como conta em sua poesia:


"Eu sou de uma terra que o povo padece

Mas não esmorece e procura vencer.

Da terra querida, que a linda cabocla

De riso na boca zomba no sofrê

Não nego meu sangue, não nego meu nome

Olho para a fome, pergunto : Que há?

Eu sou brasileiro, filho do Nordeste,

Sou cabra da peste, sou do Ceará."

Embora a facilidade de fazer versos desde menino, Patativa nunca quis ganhar a vida em cima do dom de poeta, mesmo tendo feito shows no sul do país quando foi apresentado ao público no final do anos 70 por Fagner, morreu humildemente na mesma casinha em Santana.
Seus livros foram publicados ocasionalmente por pesquisadores e músicos amigos em parceria com pequenos selos tipográficos, e hoje são relíquias para colecionadores.


FAGNER


Raimundo Fagner Cândido Lopes é cantor, instrumentista, produtor e compositor. Cearense de Orós nasceu no dia 13/10/1949, iniciou a carreira cedo: aos 6 anos ganhou um concurso infantil na rádio local com uma homenagem ao dia das mães.

Na adolescência , começou a compor e a formar grupos musicais com amigos. Em 1968 ganhou o VI Festival de Música popular do Ceará com a música "Nada sou", parceria com Marcos Francisco.

Depois começou a aparecer em programas da televisão local e formou um grupo chamado "O Pessoal do Ceará", mudou-se para Brasília em 1970 para cursar arquitetura.

Nos anos 70 gravou seu primeiro compacto simples , com músicas que lhe renderam vários prêmios como "Mucuripe",parceria com Belchior. O primeiro LP foi lançado em 73, "Manera fru fru, manera", disco que teve mais de 250 mil cópias vendidas com direito a música tema de novela.

Já nos anos 80 o lado nordestino do cantor falou mais alto, lançou o LP "Eternas ondas" com participação de Zé Ramalho, Dominguinhos e outros artistas que remetem ao nordeste.

Em 1991 Fagner lança o disco "Pedras que cantam" que teve como primeira canção de trabalho "Borbulhas de amor" que imediatamente virou sucesso nacional. Em 1995 Fagner fixa residência em Fortaleza e completa 22 anos de carreira.

Com 25 albúns, Fagner faz shows por todo Brasil e continua gravando novos discos, o último em 2009 "Uma canção no rádio", mostrando todo seu talento cearense pelo Brasil e pelo mundo.






Para a próxima postagem: O pessoal do ceará e Padaria Espiritual