FLORIANO MARTINS

Nascido em Fortaleza, Ceará, em 1957, onde reside, Floriano Martins é poeta, ensaísta, tradutor e editor, mas especialmente tem se dedicado a estudar a literatura hispano-americana, sobretudo em relação à poesia. É autor de Escritura Conquistada (Diálogos con poetas latinoamericanos), de 1998, e El inicio de la búsqueda (El Surrealismo en la poesía de América Latina), de 2001.
Em 1998, publicou traduções de Poemas de amor, de Federico García Lorca, e Delito por bailar chá-chá-chá, de Guillermo Cabera Infante, seguidas de Dos poetas cubanos, de Jorge Rodríguez Padrón, de 1999, Tres entradas para Puerto Rico, de José Luis Vega, de 2000, e La novena generación, de Alfonso Peña, de 2000. Publicou ainda as obras de poesia Alma em chamas (1998), Cenizas del sol (2001), Extravío de noches (2001) e Estudos de pele (2004).
Alma irrequieta, Martins ainda encontra tempo para editar, juntamente com o poeta Claudio Willer, de São Paulo, a revista eletrônica Agulha (www.revista.agulha.nom.br), coordenar o projeto “Banda Hispânica” do Jornal de Poesia e ainda dirigir, em colaboração com Maria Estela Guedes, o dossiê surrealista “Poesia e Liberdade” na revista eletrônica TriploV, de Portugal.
Como ensaísta fez, em novembro de 2003, na Academia Brasileira de Letras, a conferência “O Surrealismo no Brasil”, que acaba de sair no segundo tomo de Escolas Literárias do Brasil, edição em dois volumes coordenada pelo poeta Ivan Junqueira, presidente da instituição. O texto é, sem dúvida, aquele que mais bem situa historicamente a presença do Surrealismo em terras brasileiras.
Diz Martins que o Surrealismo penetrou na cultura brasileira “de forma indireta, tendo como pontos de costura tanto as afirmações de Flávio de Carvalho, Jorge de Lima, Aníbal Machado, como as simpatias de Pagu e Murilo Mendes e posteriormente a participação mais estranhável de Maria Martins”. Oficialmente, porém, o Surrealismo chega ao Brasil em 1965, com o estabelecimento de um grupo surrealista em São Paulo, capitaneado por Sérgio Lima, que aderira ao grupo parisiense em 1961, quando de sua residência na França.